“A notícia do assassinato do presidente norte-americano Abraham Lincoln, em 1865, levou 13 dias para cruzar o Atlântico e chegar à Europa. A queda da Bolsa de Valores de Hong Kong (outubro-novembro/97), levou 13 segundos para cair como um raio sobre São Paulo e Tóquio, Nova York e Tel Aviv, Buenos Aires e Frankfurt. Eis ao vivo e em cores, a globalização“ (Clóvis Rossi – Conselho Editorial da Folha de São Paulo)
Senhores passageiros, por gentileza coloquem as poltronas na posição vertical e observem os avisos de apertar cintos. Chegamos ao destino de nossa viagem – considerado por alguns o píncaro dos estudos de relações internacionais: a integração político-econômica !!
A ex-Primeira-Dama e atual Senadora Hillary Clinton cunhou o termo “Aldeia Global”, metaforizando a crescente interdependência entre os povos e países. Efetivamente, as práticas neoliberalistas, com a desregulamentação dos mercados e o predomínio de interesses financeiros por parte da empresas e governos provocaram um descompasso entre os volumes de produção e consumo, que culminou na necessidade de exploração de novos mercados para escoar esse excedente – daí o início da queda das barreiras comerciais, e as raízes da globalização.
Considerando que mais de 30% de todas as trocas comerciais diárias em todo o mundo tem como vértice uma única nação (os EUA), é fácil entender porquê os países uniriam-se em blocos para se fortalecer e proteger contra alguma “ameaça” externa (seja ela de segurança, política, econômica, financeira, …). Hoje existem em torno de 15 “Blocos Econômicos” (sem contar a Alca, que ainda não foi formalizada). As características mais comuns entre os países de um bloco são proximidade geográfica ou fluxo de capital e insumos (bens, serviços, equipamento, …).
Isso não quer dizer, contudo, que dentro de um mesmo bloco os mercados tenham perdido suas características individuais – pelo contrário: o bloco econômico, seja ele uma união econômica (como é o caso da União Européia), uma união aduaneira, um mercado comum, ou uma simples zona de livre comércio (como iniciou-se o Mercosul), mantêm ainda todas as diferenças de mercados distintos, com suas respectivas idiossincrasias e segmentações. A abordagem de cada mercado deve levar em conta todos esses detalhes – desde a legislação vigente até as diferenças culturais.